quinta-feira, 27 de maio de 2010

Valha-me Neson! Ave Nelson! Viva Nelson!

Pois é... Nelson Rodrigues...
Quando vi o panfletinho falando de que haveria em Porto Alegre um seminário sobre Nelson Rodrigues, quase caí duro! Ruy Castro já tinha vindo á capital e por força dos compromissos profissionais no Colégio Rosário e na Temporada de "O Avarento' do Grupo Farsa, não pude estar presente pra sugar ao máximo o que o biógrafo do "Anjo Pornográfico" tinha pra me dizer, pra me acrescentar já que sou um fã imensurável da obra do Nelson. Flor de Obsessão, belo título, adorei!
Gostei muito dos palestrantes também. Alguns me deram sono é verdade, talvez pela falta de eloquência, talvez pelo meu cansasso de 8h de trabalho na Biblioteca do Rosário. Seja qual for o motivo, alguns palestrantes me fizeram ficar atento ao que falavam. E me diverti muito com Darlene Glória que pode ter conhecido Jesus (palavras dela) mas pelo visto não perdeu a "insanidade". Divertida insanidade, diga-se de passagem. Admitiu, na frente de 200 e poucas pessoas ali presentes que se drogava mesmo, sem nenhum preconceito. Era drogada, hoje em dia bisavó, não se dá mais a estes luxos.
Dito isto, falo agora dos espetáculos que dias 25 e 26 de maio, foram apresentados após os ciclos de palestras. Primeiro A Serpente do grupo Satori. Olha... Um bom espetáculo... de dança, o teatro ficou um pouco aquém das minhas expectativas e de alguns que no teatro Renascença compartilhavam comigo daquele momento. Uma direção brilhante, com marcas precisas, iluminação bacana mesmo, cenário limpo, figurinos bonitos, porém as atuações poderiam ser melhor trabalhadas. Opinião minha, nada demais.
Depois Beijo no Asfalto do grupo Neelic. Interessante a proposta da pesquisa de sons, muito embora me pareça um tanto rasa, poderiam ter se aprofundado mais. Curti a ideia dos jornais no chão, mas poderiam ter sido melhor aproveitados. Fiquei tenso boa parte do tempo, pois papel no chão em cena é sinônimo de tombo, o que não aconteceu. Figurino interessante, não fosse o erro gravíssimo no figurino do delegado. Repito DELEGADO, não bicheiro do beco do morro. Cabelo comprido não! Camisa floral aberta, não! Pulseiras demais, NÃO! Agora o que me matou, o que me trucidou a alma, e posso dizer até que me ofendeu como apaixonado pela obra do Nelson, foi a história do Vanessão inserida criminosamente e sem quê nem por que. Não acrescentou em nada na história, ficou gartuita, feia e suja. Sem contar a rave que surgiu do nada e levou a peça a lugar nenhum... Comédia banal e sem respeito nenhum com a obra que se apresentava. Das atuações gostei muito da atriz que fazia a Selminha. Sei que estão todos estudando, são atores e atrizes iniciantes em sua maioria, e vejo alguns talentos brutos que, se lapidados, serão jóias de estimado valor no futuro.
No mais fico aguardando A Serpente do Teatrofídico. Faz horas que quero ver Renato Del Campão atuar, e acho que será uma grata surpresa esta noite. Se não for, o que vai me salvar é o Avarento, que encerra a temporada este findi.

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