sexta-feira, 28 de maio de 2010

Mais Nelson!

É... encerrei a semana em grande estilo! Nada melhor do que ouvir pessoas inteligentes (ou no mínimo instruídas, bem instruídas, doutores e artistas na verdade) falarem e falarem bem de quem a gente gosta. E foi o que me aconteceu ontem vendo Regina Zilberman, Luís Augusto Fischer (doutores) e Caco Coelho (artista) falarem de Nelson Rodrigues. A primeira dando uma ênfase bem técnica em cima da tragédia contida em "Senhora dos Afogados", o segundo dando um panorama geral da obra "não-dramaturgica" de Nelson, falando de suas crônicas e ensaios e o último, ufanista, apaixonado, grande-eloquente, fiquei esperando um "Nelson Rodrigues para presidente" ao final (brincadeira). O que mais me entusiasmou foi o fato de Caco Coelho ser um conhecedor da família Rodrigues, e poder falar com absoluta firmeza e verdade de tudo um pouco. Quer dizer, de tudo um muito, pois como fala o Caco Coelho. Nossa! Me cansou um pouco é verdade, mas falou bem, bem mesmo!
Logo enseguida me preparava para assistir A Serpente do Teatrofídico, naquela esperança de que meu final de semana fosse salvo não só pelo Avarento de hoje até domingo. Bem... Não vou ser hipócrita. Quando ao início do espetáculo fui assaltado por "Like a virgem" de Madonna na versão original, aquela do "tana nana nana nana", soltei um sonoro e suspirado "ah não!", e afundei desanimado na cadeira. A Clarissa que sempre me traz a realidade de uma forma bem sutil, aos cutucões, não expressou nem um "psiu", tomada talvez de assalto por aquela música inesperada, uma apaixonada por Nelson assim com eu que ela é também. Mas... Calei a minha boca e deixei a proposta "ofídica" do grupo me levar, e me dei bem. Interessante a ideia de desconstrução a que o grupo me levou, e sinceramente gostei do que vi. Óbvio que tenho minhas ressalvas, mas não me cabe aqui julgá-los, até por que isto não é uma crítica e sim apenas uma reflexão sobre o que vi. E o que vi gostei, é o que basta. Como disse no post anterior, nunca tinha visto o Del Campão atuar, e foi legal, gostei dele em cena. Aliás, morar em POA tem sido engraçado. Tenho visto vários jurados meus dos tempos do teatro amador e dos festivais do interior, trabalharem também ali na cena, cometendo erros e acertos e isso é interessante. Além do Renato, também a Ida Celina em MarLeni no POA em Cena do Ano Passado e em breve irei assistir o Mauro Soares em Bodas de Sangue.
E Nelson, sempre Nelson a povoar meu imaginário. De onde ele tirou tantas histórias "dedo na ferida". Ok! Todo mundo sabe... Da vida suburbana que ele teve na juventude, blablabla. Mas não lhes parece mais lírico, ficar pensando que estas histórias surgiam como simples traços no papel em branco, retratando o que seria a sociedade, mesmo sem ela ser? Pelo menos pra mim sim.
No mais, que venha o último final de semana de O Avarento no Teatro de Câmara. Aliás que temporada hein Grupo Farsa? Sensacional, batemos de frente com teatro de graça, jogos decisivos, outras coisas bem interessantes acontecendo na cidade, mas o público esteve lá, presente e o espetáculo com certeza absoluta é uma grande e estrondoso SUCESSO! Conheço o Gilberto a anos, estou muito feliz com o sucesso do trabalho idealizado por ele e abraçado por gente do bem, estou feliz de fazer parte da equipe, já considero a todos meus amigos queridos e que venha a segunda batida de Molière.
E vamo que vamo galera!
Merda pra nós!
"Gostando da nossa peça, aplaudam no final!"

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